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“Após o mais recente lançamento da Rede Naus, o livro Consumos alimentares em cenários urbanos: múltiplos olhares, em setembro de 2020, temos o prazer de apresentar a chamada para a coletânea internacional da REDE NAUS ‘Narrativas midiáticas polissêmicas: corpos, comensalidades e subjetividades’. Contamos com sua presença neste projeto!”. |
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A Coordenação da Rede Ibero-americana de Pesquisa Qualitativa em Alimentação e Sociedade (REDE NAUS) apresenta chamada de textos para publicação na quinta coletânea internacional sob o título provisório “NARRATIVAS MIDIÁTICAS POLISSÊMICAS: CORPOS, COMENSALIDADES E SUBJETIVIDADES”.Esta é uma iniciativa que envolve o Instituto de Estudios sobre la Ciencia y la Tecnología de la Universidad Nacional de Quilmes, Argentina, o Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Interação e Cultura (LAMPE) e o Núcleo de Estudos sobre Cultura e Alimentação (NECTAR) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil. A proposta alinha-se à estratégia da REDE NAUS de incorporação de diferentes olhares sobre a alimentação e o corpo como caminho de ampliação e intercâmbio de ideias acadêmico-científicas que possibilitem abordagens mais abrangentes sobre esses temas.O contexto histórico atual assinala a instalação diversa e problemática das sociedades de consumo. Narrativas midiáticas fazem-se presentes nesse universo de modo destacado em acontecimentos que orientam formações subjetivas marcadas por inquietudes, dissidências e tensões em torno das corporalidades e das comensalidades. No cotidiano altamente urbanizado, na intensa dinâmica das cidades, normas e orientações técnicas assumem espaços de negociação: ao mesmo tempo em que são confrontadas por atravessamentos e transgressões de ordens diversas, surgem igualmente substituídas por discursos que empobrecem a discussão (como, por exemplo, o discurso antivacina ou o movimento anticiência em seu modo de subjetivação conservador, opondo-se à construção de um conhecimento coletivo e validando o senso comum apoiado na experiência individual ou as estratégias narrativas que desqualificam os saberes oriundos das Ciências Humanas e Sociais, assim como, qualquer problematização e reflexão acerca do contexto político e dos interesses econômicos envolvidos). Não se trata apenas de uma disputa discursiva ou uma mera questão semântica. Trata-se de uma feroz disputa pelo poder e pela governamentalidade, unindo Biopoder, Biopolítica e o “governo” das mentes. Um universo complexo a demandar análises a partir de olhares múltiplos. Considerando que essas temáticas vêm, nos tempos recentes, despertando interesse em diferentes campos, parece-nos oportuno somar esforços que visem promover uma visão crítica da ciência e do fazer científico, adotando a pesquisa qualitativa na perspectiva das Ciências Humanas e Sociais. Para essa coletânea, são de interesse análises de fenômenos comunicativos e suas representações a partir de miradas críticas em torno de temas diversos e suas múltiplas interfaces buscando trazer à luz diálogos divergentes, tensões, disputas e resistências sociais envolvendo diferentes saberes envolvendo os corpos, a comida, a comensalidade e as subjetividades. A Rede Naus e seus parceiros tem investido na valorização destas conexões inovadoras entre temáticas diferenciadas e muitas vezes percebidas como alheias ao campo da Alimentação e Cultura, uma vez que suas formulações a afiliações são oriundas de distintos domínios científicos. O que temos presenciado é que o estímulo à construção de novos objetos pode contribuir para agregar novos olhares sobre este tema. Tal perspectiva orienta este projeto editorial voltado ao universo Ibero-Americano, quando indica o conjunto de temas abaixo, sem exclusão prévia de outros que possam estar situados no âmbito do título provisório da obra. CORPOS Concepções e práticas corporais como expressão de estigma e/ou preconceito (idealizações e normatividades; identidades dissidentes relativas à sexualidade, gênero; relações raciais; pertencimento de classe; relações afetivas-amorosas-sexuais, conjugais e familiares); afetos, emoções, sofrimento social, medos, perdas, exclusões, humilhações, vergonha, indiferenças, insensibilidades, amores, amizades, felicidades; disciplinarização, questionamentos em face de modelos vigentes; desejos e vontades em tensões diante de necessidades naturalizadas. COMENSALIDADES E COMIDAS Aspectos simbólicos do comer (estilos de vida; tipos de alimentação; dietas da moda; emoções e afetos; distinções e exercícios de poder; artes (cinema, literatura, vídeos, séries, programas humorísticos, etc. como modos de produções subjetivas relevantes e potentes); comensalidades em contexto migratório; processos de trabalho e modos de produzir a alimentação (sistemas alimentares; agricultura familiar; cozinhas e culinárias; diversidade cultural, distinções culinárias, rituais e linguagens da preparação das comidas e do comer). SUBJETIVIDADES Identidades regionais e/ou nacionais (territórios, espaços, ambientes, lugares); identidades em trânsito; racismo estrutural e necropolítica que naturalizam o “deixar morrer” de populações pobres, negras e indígenas; alimentação e corporeidades na construção de sociabilidades, heterogeneidades, culturas, imaginários; questões epistemológicas ligadas a fenômenos comunicacionais quando tomam corpos, comensalidades como elementos de interesse analítico; aspectos socioantropológicos de processos educativos e formativos; perspectivas teóricas sobre redes e tecnologias sociais; práticas discursivas ancoradas na auto ajuda, no faça você mesmo, na ideia de que só depende você, na vitória individual pela força de vontade, pela insistência e pela fé; naturalização do preconceito travestido de aconselhamento no senso comum docilizado; “racionalidade” presente em discursos, tais como, “não é por uma questão estética, é pela sua saúde”; discurso anticiência. TECNOLOGIAS Intervenções, prescrições, medicalização e farmacologização social em múltiplas dimensões; cuidado e saúde em perspectivas críticas; uso de tecnologias a partir das relações natureza-cultura: intervenções médicas e cirúrgicas; reconstrução de imagens; fertilidade e alimentação, reprodução medicamente assistida; aleitamento e demais expressões da dimensão reprodutiva do corpo como fenômeno social; regulações, discursos normativos e suas repercussões (legislações/normativas, políticas/institucionalizações em conexão com o corpo e alimentação, regulação/captura do masculino e da “masculinidade” pelo mercado de produtos, bens e serviços antes voltados para o feminino, anorexia entre homens, preocupações estéticas, dietas, construção corporal, vigorexia, anabolizantes, modismo nos cabelos, depilações, etc., heteronormatividade, masculinidade tóxica); materialidades, produção e consumo simbólicos relacionados às tecnologias educacionais e de comunicação; redes sociais e construções identitárias. Solicitamos e agradecemos, desde já, seu apoio na divulgação desta chamada. Francisco Romão Ferreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Denise da Costa Oliveira Siqueira Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Luis E. Blacha Universidad Nacional de Quilmes, Argentina Shirley Donizete Prado Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Organizadores) |
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Instruções aos autores
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Aqui, o mais recente lançamento da REDE NAUS!Disponível para download em texto completo e gratuito no site da Editora EdUERJ: www.eduerj.com
Para adquirir a obra impressa, acesse o site da Gramma Editora: grammaeditora2.lojavirtualnuvem.com.br |
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